A imprensa internacional destacou o encontro histórico do
papa Francisco com o líder da Igreja Ortodoxa Russa , patriarca Cirilo, nesta
sexta fira dia 12 em Cuba. O papa Francisco, que em 2015 havia se encontro com
o patriarca de Constantinopla, comemorando os 50 anos do encontro entre este e
Paulo VI em Jerusalém, agora vai mais além, inicia um diálogo importante com a
maior das igrejas ortodoxas, a da Rússia, que há mais de mil anos não se
aproximava da Igreja de Roma.
A meta de Francisco é unir os cristãos, iniciando este
percurso com as próprias igrejas católicas, a Latina sob sua liderança e as
ortodoxas, sob a liderança de cada patriarcado. Depois partir para outras
religiões, ampliando o diálogo inter-religioso no mundo inteiro, na busca da
paz. É um gesto grandioso deste papa e certamente contagiará os demais líderes,
sejam cristãos, judeus ou mulçumanos, para citar as três grandes religiões
monoteístas.
O exemplo do papa Francisco deve ser seguido por muitos e a
Igreja Católica do Brasil está neste caminho, quando realiza uma campanha da
fraternidade de forma ecumênica, unindo importantes religiões em torno de um
tema do interesse do povo brasileiro, como é o caso do saneamento básico, tema
da Campanha Fraternidade deste ano.
Por outro lado a Igreja Católica tem um débito histórico que
mais cedo ou mais tarde deverá incluir em sua pauta, o diálogo com a igreja
cismática do Brasil. Aqui também tivemos um cisma em 1945, liderado por Dom
Carlos Duarte Costa, ex-bispo de Botucatu e ex- bispo de Maura, que se tornou
bispo do Rio de Janeiro da Igreja Católica e Apostólica Brasileira – ICAB.
A ICAB tem uma experiência muito rica e que influenciou a
própria Igreja Católica. Quando a missa era rezada em latim a ICAB iniciou as
celebração em Português, decisão tomada pela Igreja Católica quase 20 anos
depois. A ICAB já celebra casamento de divorciados, tema presente no sínodo dos
bispos da Igreja Católica, ano passado; a ICAB tem a experiência dos padres
casados, assunto ainda não tocado pela Igreja Católica, mas sonhado por muitos
fiés, como é o caso dos padres casados
católicos.
No ano da Misericórdia e diante do grande objetivo do papa
Francisco de promover o amplo diálogo
inter-religioso, seria muito bem vinda a abertura de um diálogo entre a ICAR e a ICAB. Oxalá que isso venha a
acontecer em breve.
Francisco Artur Pinheiro Alves
Professor da UECE
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