O dia do professor foi comemorado pelo governo do Estado e governos municipais, com muita propaganda, mensagens pagas nos jornais, televisão e mídia em geral. É mais uma auto promoção do governo do que uma comemoração sincera e real. Se o governo quisesse mesmo comemorar o dia do professor, valorizando o professor como ele merece, não teria entrado na justiça contra a lei do piso salarial dos professores. A lei que dá ao professor tempo para preparar seus estudos, suas aulas, fazer leituras, dedicar-se mais ao seu mister, sobretudo aqueles que trabalham os três turnos, para sobreviver, pois o salário do professor ainda está aquém de um salário justo.
Por outro lado, os governos municipais que defendem a autonomia do município, neste caso, seguiram o exemplo do Estado e dizem aguardar a decisão da justiça, para aplicarem a lei no município, quando os municípios tem autonomia para faze-lo. Recentemente a Secretaria de Educação lançou uma revista e o comentário, alardeada na imprensa, era de que tal revista era para estimular o hábito da leitura pelos professores. Contraditoriamente, a secretaria sabe que os professores não tem tempo de ler, e o tempo que teriam para leitura, lhes foi negado pelo governo. Mais uma propaganda do governo em cima dos professores, quando a verdade é bem outra, o governo não valoriza o professor, nem lhe permite que tenha tempo para ler, como a lei aprovada pelo Congresso nacional, lhe concedia este direito e o governo estadual negou.
Outra prova da desvalorização do professor por parte do governo do estado, é o caso do piso dos professores das universidades: UECE, UVA e URCA, que há 23 anos lutam na justiça, ganharam em todas as instâncias e agora, quando todos pensavam que seriam finalmente contemplados, o governo encontrou uma brecha no processo, para conseguir uma liminar no Supremo Tribunal e não implantar o piso, decidido pelo próprio Supremo. Isso é valorizar o professor? Pelo contrário isso é perseguir o professor, é humilhar o professor.
Colocar notas em jornais em homenagem ao professor e apunhalá-lo com medidas judiciais contra seus direitos conquistados em históricas lutas, é no mínimo cinismo da parte do governo. O professor não quer propaganda de governo por ocasião do dia que lhe é dedicado, o professor quer é ser respeitado nos seus direitos nas suas conquistas, como nos casos acima expostos.
PROF. ARTUR PINHEIRO
Dos cursos de Pedagogia e História da UECE
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