quinta-feira, 26 de março de 2020

O VÍRUS DA MORTE, O IMPIEDOSO


Francisco Artur Pinheiro Alves
Um vírus que só os cientistas conseguem ver em seus microscópios está impondo à humanidade, uma severa baixa de suas vidas. Ele é calculista, usa crianças e jovens como portadores, neles dificilmente se manifesta, não provoca sintomas e daí atinge os mais velhos, sendo a população acima de 60 anos, como eu, seu público privilegiado para atingir como sintomas mais fortes. E quanto mais velho maior a probabilidade de ele matar. É o vírus da morte, o impiedoso.
A sua forma de se expandir é espetacular, no início do ano estava na China, três meses depois, está no mundo inteiro. Não tem remédio específico para ele e nem vacina. O que os técnicos no mundo inteiro recomendam é o isolamento total da população. As pessoas têm que ficar em casa. Fechar o comércio, não haver aglomerações, neste sentido as igrejas, em geral, também têm que se abster de seus cultos presenciais. Quem propor ao contrário, ou está agindo de má fé, portanto quer ver a desgraça do povo, sobretudo dos mais velhos, ou é um ignorante, não quer aprender com os que conhecem o problema, a comunidade médica em geral.
Ciente de que o remédio agora é a prevenção, a OMS, Organização Mundial de Saúde está orientando diuturnamente os países a manterem sua população em casa. É fácil entender. Vamos pegar o caso do Brasil. No Brasil, temos um sistema público de saúde bem organizado, o SUS, que não tem sido bem cuidado pelos sucessivos governos, mas é nacional, tem capilaridade, como disse o ministro da saúde. O SUS foi uma conquista da luta do povo brasileiro no período da redemocratização, criado pela Constituição de 1988. Entretanto o SUS e mesmo o sistema complementar (os planos de saúde), não dão conta da demanda cotidiana de nossa população. Volta e meia a imprensa mostra hospitais superlotados, com macas no corredor. Agora você imagin ao caos que ficará, se ingressarem milhares de pessoas neste sistema, com infecções graves, necessitando de UTIs, respiradores, e todos os cuidados médicos que a doença demanda? Vai ser um caos total, vai morrer muita gente.
Conscientes desta realidade, os governos do mundo inteiro, mesmo os mais reticentes, como os governos direitistas dos EUA e da Inglaterra, tiveram que adotar a sistema de confinamento horizontal, fecharam tudo, menos os serviços essências e mandaram todo mundo ficar em casa. As grandes metrópoles mundiais estão vazias.
No Brasil os governadores dos estados, seguindo o protocolo da OMS e da Ministério da Saúde, adotaram a mesma postura. Agora, “sem ver nem pra que”, vem o Presidente da República, em cadeia nacional de rádio e televisão dar uma orientação na contra mãos do mundo, como todos puderam ouvir. Está errado o Senhor Presidente. A Igreja católica tinha uma tradição, não sei se é dogma, da infalibilidade papal, mas agora o Papa Francisco mudou esta norma, afirmando que o papa também erra, é claro que erra. Se o Papa erra o presidente também erra, e o presidente está errado neste particular, tem que reparar seu erro em nova rede nacional de rádio e TV.
Por último quero louvar o papel e o comportamento dos meios de comunicação profissionais, de rádio, TV, jornais impressos e digitais, estes estão prestando um excelente trabalho à sociedade, com informações seguras, com bases científicas, fazendo um debate de alto nível. Pelo menos neste episódio estamos vencendo as malditas Fake News.
Continuemos todos em casa, vamos seguir o que diz a ciência médica que neste momento e em relação a este assunto, é a maior e mais confiável autoridade.
Francisco Artur Pinheiro Alves
Prof. Aposentado do Curso de História da UECE e
Diretor do Instituto Calumbi

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