Em primeiro lugar gostaria
de parabenizar os formandos e suas famílias, pela vitória de chegarem até aqui,
concluindo com sucesso, seus cursos superiores. Isso vislumbra novos
horizontes, novas conquistas e, também, novos desafios.
Sabemos que foram anos de
esforço, de luta, mas que agora, percebe-se que valeu a pena e hoje é um dia
especial, de comemoração de alegria pessoal, e familiar. Nossos mais sinceros
parabéns!
Agora é olhar para frente,
planejar o futuro, tanto do ponto de vista profissional, como do ponto de vista
acadêmico. Depois de uma breve pausa para descansar os neurônios, novos
projetos devem ser acionados: Concursos, empregos e a formação continuada em
cursos de Pós graduação, latu sensu e stricto sensu. A caminhada deve
continuar, a graduação é apenas um começo. Vamos em frente.
Agora gostaria de me deter
um pouco nos desafios da trajetória profissional. Vivemos dias difíceis em
nosso país e no mundo. Particularmente em nosso estado, estamos vivenciando
algo nunca antes visto: a luta de grupos rivais por espaço no campo de sua
atuação, que é o controle dos espaços de domínio e de poder, ancorados na venda
de drogas ilícitas. Por outro lado a reação do estado, tentando impor sua
autoridade, a seu modo, na busca de dar tranquilidade a sociedade, resultando
tudo isso numa espécie de guerra civil, trazendo instabilidade social e, o
pior, muitas mortes, notadamente de jovens.
Chegamos onde chegamos por
que não nos preparamos para receber o Messias, nós que somos cristãos, na forma
descrita por São João Batista, que ao ser indagado pelas multidões do que
deveriam fazer para receber o Messias, e ele respondeu com convicção: “Quem
tiver duas túnicas doe uma a quem não tem nenhuma e o mesmo fazei a quem não
tem alimentos”; aos cobradores de impostos disse: “não exigi mais do que a taxa
estabelecida:” já aos soldados recomendou: “Não pratiqueis a tortura nem
chantagens contra ninguém, contentai-vos com o vosso salário”. (Lc 3, 7-13)
Nós não aprendemos, ou não
demos ouvido ao último dos profetas do Antigo Testamento, em sua mensagem
ética, que está presente em todos os discursos que pregam a paz e o amor ao
próximo. Mas ele mesmo, em outro trecho de seu discursos diz: “Eu sou a vós que
prega no deserto”. Não dar atenção para as necessidade de nosso próximo, não
cuidar dos mais necessitados com dignidade, é uma das formas de abrir espaços
amplos para, no caso em questão, este espaço seja ocupado por inescrupulosos
controladores de organizações criminosas, gerando toda a instabilidade social
que estamos vivendo.
Este é o ambiente que
estamos vivendo e nosso lócus de trabalho, a escola, está inserida neste meio,
espaços de muitas injustiças sociais, notadamente na periferia, que muitos de
vocês atuam ou irão atuar.
É um grande desafio ser
professor hoje, notadamente na educação básica, com poucos recursos disponíveis
e muitas adversidades. O que vai fazer a diferença? É a sua visão de educador,
seja como professor de História, de Filosofia, de arte ou disciplinas afins.
É preciso inserirmos a
escola em um amplo conceito de educação, que dialogue com as famílias, com a
comunidade, com as organizações sociais, com as organizações religiosas, para,
trabalhando em conjunto, possamos levar uma educação às nossas crianças e
jovens e possamos também nós nos reeducarmos a cada instante. Possibilitar ao
educando o conhecimento do mundo e da vida, é condição “sine qua non” para que
ele possa escolher o seu caminho, onde possa ter a liberdade de verificar o que
é bom para a sua vida e o que poderá ter consequências drásticas para sua saúde
e vida, e ainda que em condições adversas, poder construir um caminho que lhe
assegure longevidade, com saúde e o mínimo de paz.
Ainda que nossa ação
educativa seja apenas um pingo d’água no oceano, com certeza, contribuirá para
melhorar o mundo e encontrarmos o caminho da paz e da solidariedade humana, tão
necessários no mundo atual.
Caros formandos e
formandas, que a vossa conduta nesta sociedade conturbada seja pautada na ética
e na busca incessante da paz.
TENHO DITO
Fortaleza, 11 de janeiro de 2019
Prof. Francisco Artur Pinheiro Alves
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