sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

DISCURSO DE ORADOR DOCENTE - COLAÇÃO DE GRAU DO CURSO DE HISTÓRIA - JANEIRO DE 2018


Hoje é um dia muito especial para o Centro de Humanidades, para nós professores, para vocês, formandos e formandas, para as suas famílias e para a Universidade Estadual do Ceará.
 Os cursos que hoje tem seus alunos concluintes, são dos mais antigos de nossa universidade, são aliás precursores dela. Os cursos de Filosofia e História são oriundos da antiga FAFICE – Faculdade de Filosofia do Ceará, fundada pelos irmãos Maristas, depois incorporados pelo governo estadual e por último vieram a integrar a UECE, quando de sua fundação, nascendo assim o nosso querido Centro de Humanidades.
Depois de uma verdadeira batalha que tiveram nossos antecessores na missão de criar e inicia-los e que, com muita honra,  estamos dando continuidade, o Centro de Humanidades hoje é um dos mais importantes de nossa universidade, sobretudo no que diz respeito à sua evolução acadêmica, sendo a maioria de seus professores, mestres e doutores, tendo  ampliando seus cursos, antes apenas de graduação, hoje de com inúmeros cursos de pós graduação latu sensu, as especializações e stricto sensu, mestrados e doutorados.
Formado pelo curso de História em 1992, fui também primeira turma do primeiro curso de especialização de História do CH, graças a iniciativa do prof. Dr. Francisco José Loiola Rodrigues, primeiro Dr. Do curso de História, ainda na década de 1980.
Como se ver, houve uma grande evolução de nosso centro e de nossos cursos, nestes últimos 30 anos, para citar o meu período nesta instituição.
Falo isso para mostrar aos formandos e formandas e a seus familiares, que nossa caminhada está sendo vitoriosa, mas estas vitórias não foram conseguidas de uma hora para outra, mas graças ao esforço de muitos que não estão mais entre nós, professores, funcionários e alunos e de muitos que continuam conosco, como  nossos atuais colegas. Graças também a vocês que agora, com muita alegria e depois de muitas dificuldades, muito esforço, muito estudo, superaram todos os obstáculos e estão aqui  para receberem do estado, o reconhecimento deste esforço, na forma de graduados.
A vocês nobres formandos e formandas do CH, parafraseando a marchinha de carnaval, haja vista estarmos em franca prepaparação para o mesmo em todo Brasil, a UECE lhes adverte:
“Não se esqueça de mim, Não se esqueça de mim, não desapareça”
Ou seja, vocês concluíram a graduação, portanto a formação inicial, mas uma longa carreira vos espera, nesta mesma universidade, prioritariamente, mas em outra qualquer, se for o caso, nos cursos de pós graduação. Continuem a vossa formação, pois se por um lado a graduação é um fim que se comemora com muito júbilo, por outro lado ela é também, o primeiro passo na formação que os tempos modernos estão a exigir das carreiras profissionais. E neste sentido, estamos de braços abertos para recebe-los em nossos cursos de Especialização, Mestrados e doutorados.
Por último queremos parabenizá-los pela vitória, de vocês, que é também nossa, de vossas famílias e da sociedade cearense, que nos financia, através do estado e que agora a universidade a ela vos devolve com a satisfação de dever cumprido.
Parabéns e que Deus abençoes-nos a todos.

DISCURSO DE ORADOR DOCENTE - COLAÇÃO DE GRAU HISTÓRIA - UECE dia 11 de janeiro de 2019




Em primeiro lugar gostaria de parabenizar os formandos e suas famílias, pela vitória de chegarem até aqui, concluindo com sucesso, seus cursos superiores. Isso vislumbra novos horizontes, novas conquistas e, também, novos desafios.
Sabemos que foram anos de esforço, de luta, mas que agora, percebe-se que valeu a pena e hoje é um dia especial, de comemoração de alegria pessoal, e familiar. Nossos mais sinceros parabéns!
Agora é olhar para frente, planejar o futuro, tanto do ponto de vista profissional, como do ponto de vista acadêmico. Depois de uma breve pausa para descansar os neurônios, novos projetos devem ser acionados: Concursos, empregos e a formação continuada em cursos de Pós graduação, latu sensu e stricto sensu. A caminhada deve continuar, a graduação é apenas um começo. Vamos em frente.
Agora gostaria de me deter um pouco nos desafios da trajetória profissional. Vivemos dias difíceis em nosso país e no mundo. Particularmente em nosso estado, estamos vivenciando algo nunca antes visto: a luta de grupos rivais por espaço no campo de sua atuação, que é o controle dos espaços de domínio e de poder, ancorados na venda de drogas ilícitas. Por outro lado a reação do estado, tentando impor sua autoridade, a seu modo, na busca de dar tranquilidade a sociedade, resultando tudo isso numa espécie de guerra civil, trazendo instabilidade social e, o pior, muitas mortes, notadamente de jovens.
Chegamos onde chegamos por que não nos preparamos para receber o Messias, nós que somos cristãos, na forma descrita por São João Batista, que ao ser indagado pelas multidões do que deveriam fazer para receber o Messias, e ele respondeu com convicção: “Quem tiver duas túnicas doe uma a quem não tem nenhuma e o mesmo fazei a quem não tem alimentos”; aos cobradores de impostos disse: “não exigi mais do que a taxa estabelecida:” já aos soldados recomendou: “Não pratiqueis a tortura nem chantagens contra ninguém, contentai-vos com o vosso salário”. (Lc 3, 7-13)
Nós não aprendemos, ou não demos ouvido ao último dos profetas do Antigo Testamento, em sua mensagem ética, que está presente em todos os discursos que pregam a paz e o amor ao próximo. Mas ele mesmo, em outro trecho de seu discursos diz: “Eu sou a vós que prega no deserto”. Não dar atenção para as necessidade de nosso próximo, não cuidar dos mais necessitados com dignidade, é uma das formas de abrir espaços amplos para, no caso em questão, este espaço seja ocupado por inescrupulosos controladores de organizações criminosas, gerando toda a instabilidade social que estamos vivendo.
Este é o ambiente que estamos vivendo e nosso lócus de trabalho, a escola, está inserida neste meio, espaços de muitas injustiças sociais, notadamente na periferia, que muitos de vocês atuam ou irão atuar.
É um grande desafio ser professor hoje, notadamente na educação básica, com poucos recursos disponíveis e muitas adversidades. O que vai fazer a diferença? É a sua visão de educador, seja como professor de História, de Filosofia, de arte ou disciplinas afins.
É preciso inserirmos a escola em um amplo conceito de educação, que dialogue com as famílias, com a comunidade, com as organizações sociais, com as organizações religiosas, para, trabalhando em conjunto, possamos levar uma educação às nossas crianças e jovens e possamos também nós nos reeducarmos a cada instante. Possibilitar ao educando o conhecimento do mundo e da vida, é condição “sine qua non” para que ele possa escolher o seu caminho, onde possa ter a liberdade de verificar o que é bom para a sua vida e o que poderá ter consequências drásticas para sua saúde e vida, e ainda que em condições adversas, poder construir um caminho que lhe assegure longevidade, com saúde e o mínimo de paz.
Ainda que nossa ação educativa seja apenas um pingo d’água no oceano, com certeza, contribuirá para melhorar o mundo e encontrarmos o caminho da paz e da solidariedade humana, tão necessários no mundo atual.
Caros formandos e formandas, que a vossa conduta nesta sociedade conturbada seja pautada na ética e na busca incessante da paz.
TENHO DITO
Fortaleza, 11 de janeiro de 2019
Prof. Francisco Artur Pinheiro Alves