
Uma sugestão aos alunos de História de Capistrano que estudam na UVA ou na FELESC-UECE, pesquisar em suas monografias de final de curso, a história de vida de pessoas de nosso município e região. São muitos anônimos que deram uma contribuição significativa para a sua terra, com seu saber específico, sua cultura, sua religiosidade, enfim com sua participação na história local.
Esta lembrança me veio à tona, após comentar com o professor, teólogo, filósofo e arqueólogo amador nas horas vagas, Raimundo Nonato Pinheiro Alves, que reside em Brasília há 40 anos, mas não esqueceu a terrinha.
Lembrava a ele, pelo correio eletrônico, sobre os Marinheiros, citei o nome do Senhores Luiz Marinheiro e Caboclo Marinheiro. O primeiro pai da Cleide, o conheci lá na Carqueija, quando era criança e o segundo o conheci na década de 70, alí na rua Cel Francisco Nunes, vizinho a casa do Zé Maia. Todas as vezes que passávamos em frente a casa dele o papai me dizia: “foi ele que construiu a capela de São João Batista do papai”. Isso ficou na minha memória. Só não sabia era que ele tinha sido o mestre-de- obra da Matriz de Capistrano, ou um deles. Mas foi.
Para reforçar a minha opinião de que os estudantes de História, seja na Graduação ou na Pós-Graduação devem buscar estas fontes, estes temas da história local, tão bem aceitos após o advento da História dos Anales, a Nova História Francesa, que todos são conhecedores, reproduzo o texto que recebi do prof. Nonato sobre os Marinheiros:
"Rapaz, como "havera" eu de não me lembrar dos " marinheiros?"E vou acrescentar mais alguma coisa desses homens para a História arquitetônica de Capistrano. Essas coisas a gente deve registrar, divulgar e valorizar, inclusive, buscar mais dados junto à família e aos amigos - pessoas como a mamãe - que poderão mesmo saber qual a origem desse cognome, desse alcunha familiar:" MARINHEIRO"! Muito importante tocar nesse assunto. Acho até que deveriam fazer uma homenagem póstuma, em especial, para o Caboclo Marinheiro, que construiu a igreja Matriz de Capistrano. Quem conheceu a construção original, com aquelas armações de madeira, o telhado perfeito...e a maquete! Será que ainda existe a maquete? Quem de nós não conheceu a casa do Seu João Firmino na Lagoa Seca? Perfeita! Acho que aquela casa era dele, antes de Seu João mudar pra lá! Não sei se a casa do velho Pierre Aon foi também obra dele! O Homem era um arquiteto, um monstro! (Cadê o trabalho de Arqueologia de Capistrano?) Eu o conheci: era “minhonzinho”, moreno, meio corcunda, fala pouca, mas um semblante comunicativo, um homem fino, educado. Um personagem importante de nossa História municipal, ali da Carqueja, gente nossa, gente como nós: simples, gentil, mujito religioso... eu diria até que, de uma bondade franciscana. Artur, vamos resgatar esses valores humanos, rapaz! Transmita essa singela homenagem que faço aos "Marinheiros" a seus descendentes, - à Cleide, em especial, uma pessoa muito ligada à nossa família, muito querida por todos nós -, mas que não herdaram ou que não usam mais aquele cognome familial. De maneiras que, aí vai o meu recado. Resta fazer uma pesquisa arqueológica,.
Um grande abraço aos nossos heróis MARINHEIROS. Do Nonato.
A minha sugestão aos nossos neo-historiadores,não é daquele tipo “faça o que diga e não faça o que eu faço”, não. Só para ilustrar, minha monografia de especialização foi sobre a História de Capistrano, inclusive publicada em livro; minha dissertação de Mestrado foi sobre a “Diocese”, como era conhecida a Carqueija do entorno da casa de Sr. Pierre, por ter sido desenvolvido um projeto de desenvolvimento comunitário pela Arquidiocese de Fortaleza na década de 60. Agora estou fazendo doutorado e minha tese é sobre os Mestres da Cultra, estudando especificamente o Mestre Sebastião Chicute.
Portanto fica a sugestão e a disposição de contribuir com o desenvolvimento de pesquisas nesta área temática.