Já reparou nas flores que nascem nos canteiros?
A chanana, uma flor típica da região Nordeste, nasce nos canteiros centrais e junto às calçadas em vários bairros de Fortaleza. Pra muita gente, pode ser apenas mato. Mas pesquisas mostram que a flor tem importância científica
Mariana Lazari Especial para O POVO marianalazari@opovo.com.br13 Mar 2010 - 18h07min
Em meio ao verde emaranhado das plantas que nascem nos canteiros centrais e calçadas de Fortaleza, pontinhos claros se destacam, normalmente, em grande quantidade. São pequenas flores com pétalas brancas facilmente confundidas com mato e, por isso, tratadas da mesma forma. Quando as ruas são limpas e capinadas, lá se vão as flores em meio ao verde do capim que insiste em nascer nas vias da cidade. A flor recebe o nome de chanana. Conhecida cientificamente como Tunera guynensis L, além de possuir uma singela beleza, tem propriedades científicas já comprovadas. Talvez, por isso, merecesse um cuidado maior por parte da população. Quem reclama da retirada constante das chananas é o professor da Universidade Estadual do Ceará (UFC), Artur Pinheiro Alves, que lembra da flor embelezando a cidade em que nasceu. ``Na década de 70, minha mãe escreveu um poema sobre a chanana que nasceu no pé da cruz, na frente da igreja de Capistrano (município a 110 quilômetros de Fortaleza). Era a coisa mais linda``, recorda-se. Dona Lourdenise Pinheiro Alves corrige o filho. ``Não era bem um poema. Foi uma descrição sobre a chanana que nasceu durante a seca de 70``, lembra a senhora de 91 anos. ``É uma planta que não precisa de ninguém. Resiste à seca. É nativa do nordeste, principalmente do Ceará. Ela enfeita os caminhos, avenidas``, derrete-se em elogios a senhora. Limpeza? Segundo Artur, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, ao capinar as vias, retirando todo o verde e a chanana, está prejudicando o crescimento da flora típica do nordeste. Morador da Vila Manoel Sátiro, Artur reclama que as principais vias da periferia da cidade, depois de capinadas, ficam sem vegetação. Só sobra a areia e aumenta a erosão. ``As pessoas que limpam tiram tudo. Ano passado, a avenida (Benjamim Brasil, no bairro Dendê) ficou só areia. Agora, deu uma chuvinha e as flores já saíram``, diz. ``A Prefeitura podia limpar só o capim``, sugere o professor. EMAIS FALTA CONSCIÊNCIA - O diretor do Departamento Técnico de Urbanização (DTU) da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), José Wilmar da Silveira Neto, explica que as equipes da empresa são orientadas a não arrancar a chanana e outras plantas nativas ao capinar as ruas da cidade. - "Até o presidente da Emlurb já orientou. Mas às vezes a pessoa que limpa entende que é esteticamente bonito deixar tudo sem nada, sem grama", diz. - José Wilmar, que é engenheiro agrônomo, lembra que fiscaliza constantemente os canteiros centrais e jardins da cidade. - "É complicado, mas sempre que vejo uma equipe retirando as plantas, ligo para o agrônomo da empresa terceirizada e reclamo. Ele deve orientar os funcionários a não fazer isso, mas é difícil passar a consciência que a gente tem para os outros", afirma.
Fonte http://www.opovo.uol.com.br/ acessado em 14 de março de 2010
A chanana, uma flor típica da região Nordeste, nasce nos canteiros centrais e junto às calçadas em vários bairros de Fortaleza. Pra muita gente, pode ser apenas mato. Mas pesquisas mostram que a flor tem importância científica
Mariana Lazari Especial para O POVO marianalazari@opovo.com.br13 Mar 2010 - 18h07min
Em meio ao verde emaranhado das plantas que nascem nos canteiros centrais e calçadas de Fortaleza, pontinhos claros se destacam, normalmente, em grande quantidade. São pequenas flores com pétalas brancas facilmente confundidas com mato e, por isso, tratadas da mesma forma. Quando as ruas são limpas e capinadas, lá se vão as flores em meio ao verde do capim que insiste em nascer nas vias da cidade. A flor recebe o nome de chanana. Conhecida cientificamente como Tunera guynensis L, além de possuir uma singela beleza, tem propriedades científicas já comprovadas. Talvez, por isso, merecesse um cuidado maior por parte da população. Quem reclama da retirada constante das chananas é o professor da Universidade Estadual do Ceará (UFC), Artur Pinheiro Alves, que lembra da flor embelezando a cidade em que nasceu. ``Na década de 70, minha mãe escreveu um poema sobre a chanana que nasceu no pé da cruz, na frente da igreja de Capistrano (município a 110 quilômetros de Fortaleza). Era a coisa mais linda``, recorda-se. Dona Lourdenise Pinheiro Alves corrige o filho. ``Não era bem um poema. Foi uma descrição sobre a chanana que nasceu durante a seca de 70``, lembra a senhora de 91 anos. ``É uma planta que não precisa de ninguém. Resiste à seca. É nativa do nordeste, principalmente do Ceará. Ela enfeita os caminhos, avenidas``, derrete-se em elogios a senhora. Limpeza? Segundo Artur, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, ao capinar as vias, retirando todo o verde e a chanana, está prejudicando o crescimento da flora típica do nordeste. Morador da Vila Manoel Sátiro, Artur reclama que as principais vias da periferia da cidade, depois de capinadas, ficam sem vegetação. Só sobra a areia e aumenta a erosão. ``As pessoas que limpam tiram tudo. Ano passado, a avenida (Benjamim Brasil, no bairro Dendê) ficou só areia. Agora, deu uma chuvinha e as flores já saíram``, diz. ``A Prefeitura podia limpar só o capim``, sugere o professor. EMAIS FALTA CONSCIÊNCIA - O diretor do Departamento Técnico de Urbanização (DTU) da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), José Wilmar da Silveira Neto, explica que as equipes da empresa são orientadas a não arrancar a chanana e outras plantas nativas ao capinar as ruas da cidade. - "Até o presidente da Emlurb já orientou. Mas às vezes a pessoa que limpa entende que é esteticamente bonito deixar tudo sem nada, sem grama", diz. - José Wilmar, que é engenheiro agrônomo, lembra que fiscaliza constantemente os canteiros centrais e jardins da cidade. - "É complicado, mas sempre que vejo uma equipe retirando as plantas, ligo para o agrônomo da empresa terceirizada e reclamo. Ele deve orientar os funcionários a não fazer isso, mas é difícil passar a consciência que a gente tem para os outros", afirma.
Fonte http://www.opovo.uol.com.br/ acessado em 14 de março de 2010