Prof. Ms. Francisco Artur Pinheiro Alves
A terra de Chico Anísio, de Severino Sombra (fundador da Universidade Severino Sombra de Vassouras no RJ), do folclorista Leonardo Mota, do historiador Alfredo Marques, do mestre João Maduro, do deputado Federal Raimundo Gomes de Matos, da deputada Estadual Virgínia Adélia, da conselheira Marta Cordeiro Fernandes Vieira e de tantas personalidades, outros nomes igualmente importantes, mas sobretudo a terra natal do maior historiador brasileiro século XIX, JOÃO CAPISTRANO DE ABREU; esta terra maravilhosa, que “de te ufanam teus filhos”, como diz a letra de seu hino de autoria de Ofélia Gomes de Matos, recebe também, uma das maiores universidades particulares do país, a UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO – UCB, do Rio de Janeiro.
A UCB em Maranguape está com seu pólo de educação à distância, no melhor espaço para este fim, o Colégio São José. Certamente a fundadora da escola, professora EDITE NUNES COSTA, que a acompanha vigilante, como um anjo da guarda, na dimensão espiritual, orientando seu filho Prof. José Eliomar (Teta), na tarefa de dar continuidade à sua missão educadora, está muito contente. E este missivista que não a conheceu em vida, aprendeu a admirá-la, desde os tempos de secretário municipal de educação, pela sua sobrinha, Mena Nunes, uma de suas discípulas.
Pois é neste esteio cultural, neste esteio de memória, que a UCB se implanta, e veio para ficar, para contribuir com Maranguape e com o Ceará, na tarefa de superar os estágios de subdesenvolvimento que ainda persistem em algumas áreas, através da educação. No que pese ser uma universidade particular, a UCB traz para Maranguape, cursos de alta qualidade, com preços bastante acessíveis à população trabalhadora. Para alcançar este desiderato, lançou mão de tecnologias de última geração, combinando com a metodologia da educação à distância, muito bem definida pela LDB de 1996 e agora usada em ampla escala no Brasil.
Quando visitamos o Centro de Educação à distância de Poiters, cidade localizada no centro-oeste da França às margens do Rio Clain. Ela é a capital do departamento de Vienne e da Região de de Poitou-Charentes (Wikipédia) em 1994, antes de nossa lei ser aprovada, percebemos, naquela época, o quanto o Brasil estava atrasado nesta modalidade de ensino, sobretudo no Ensino Superior.
Pois, graça à evolução do processo educacional brasileiro, fruto de lutas incessantes de educadores e de nosso povo, a Universidade pode chegar até nós, até as mais longínquas localidades, com a mesma qualidade do ensino presencial.
Em Maranguape a UCB já está servindo a outros municípios, atraindo alunos de Palmácia, Maracanaú, Pacatuba e Fortaleza, cumprindo assim o seu papel de levar o ensino superior a todos que a buscarem, dentro do estrito respeito à legislação vigente e com qualidade.
É com este espírito de cooperação, de inserção na comunidade local, que a UCB com o apoio de seus parceiros INSTITUO CALUMBI e COLÉGIO SÃO JOSÉ, está em Maranguape, de braços abertos para lhe receber. Venha fazer parte deste vigoroso projeto educacional.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
O encanto dos Orixás:LEONARDO BOFF

Quando atinge grau elevado de complexidade, toda cultura encontra sua expressão artística, literária e espiritual. Mas ao criar uma religião a partir de uma experiência profunda do Mistério do mundo, ela alcança sua maturidade e aponta para valores universais. É o que representa a Umbanda, religião, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1908, bebendo das matrizes da mais genuina brasilidade, feita de europeus, de africanos e de indígenas. Num contexto de desamparo social, com milhares de pessoas desenraizadas, vindas da selva e dos grotões do Brasil profundo, desempregadas, doentes pela insalubridade notória do Rio nos inícios do século XX, irrompeu uma fortíssima experiência espiritual. O interiorano Zélio Moraes atesta a comunicação da Divindade sob a figura do Caboclo das Sete Encruzilhadas da tradição indígena e do Preto Velho da dos escravos. Essa revelação tem como destinatários primordiais os humildes e destituídos de todo apoio material e espiritual. Ela quer reforçar neles a percepção da profunda igualdade entre todos, homens e mulheres, se propõe potenciar a caridade e o amor fraterno, mitigar as injustiças, consolar os aflitos e reintegrar o ser humano na natureza sob a égide do Evangelho e da figura sagrada do Divino Mestre Jesus.O nome Umbanda é carregado de significação. É composto de OM (o som originário do universo nas tradições orientais) e de BANDHA (movimento inecessante da força divina). Sincretiza de forma criativa elementos das várias tradições religiosas de nosso pais criando um sistema coerente. Privilegia as tradições do Candomblé da Bahia por serem as mais populares e próximas aos seres humanos em suas necessidades. Mas não as considera como entidades, apenas como forças ou espíritos puros que através dos Guias espirituais se acercam das pessoas para ajudá-las. Os Orixás, a Mata Virgem, o Rompe Mato, o Sete Flechas, a Cachoeira, a Jurema e os Caboclos representam facetas arquetípicas da Divindade. Elas não multiplicam Deus num falso panteismo mas concretizam, sob os mais diversos nomes, o único e mesmo Deus. Este se sacramentaliza nos elementos da natureza como nas montanhas, nas cachoeiras, nas matas, no mar, no fogo e nas tempestades. Ao confrontar-se com estas realidades, o fiel entra em comunhão com Deus. A Umbanda é uma religião profundamente ecológica. Devolve ao ser humano o sentido da reverência face às energias cósmicas. Renuncia aos sacrifícios de animais para restringir-se somente às flores e à luz, realidades sutis e espirituais.Há um diplomata brasileiro, Flávio Perri, que serviu em embaixadas importantes como Paris, Roma, Genebra e Nova York que se deixou encantar pela religião da Umbanda. Com recursos das ciências comparadas das religiões e dos vários métodos hermenêuticos elaborou perspicazes reflexões que levam exatamente este título O Encanto dos Orixás, desvendando-nos a riqueza espiritual da Umbanda. Permeia seu trabalho com poemas próprios de fina percepção espiritual. Ele se inscreve no gênero dos poetas-pensadores e místicos como Alvaro Campos (Fernando Pessoa), Murilo Mendes, T. S. Elliot e o sufi Rumi. Mesmo sob o encanto, seu estilo é contido, sem qualquer exaltação, pois é esse rigor que a natureza do espiritual exige.Além disso, ajuda a desmontar preconceitos que cercam a Umbanda, por causa de suas origens nos pobres da cultura popular, espontaneamente sincréticos. Que eles tenham produzido significativa espiritualidade e criado uma religião cujos meios de expressão são puros e singelos revela quão profunda e rica é a cultura desses humilhados e ofendidos, nossos irmãos e irmãs. Como se dizia nos primórdios do Cristianismo que, em sua origem também era uma religião de escravos e de marginalizados, “os pobres são nossos mestres, os humildes, nossos doutores”.Talvez algum leitor/a estranhe que um teólogo como eu diga tudo isso que escrevi. Apenas respondo: um teólogo que não consegue ver Deus para além dos limites de sua religião ou igreja não é um bom teólogo. É antes um erudito de doutrinas. Perde a ocasião de se encontrar com Deus que se comunica por outros caminhos e que fala por diferentes mensageiros, seus verdadeiros anjos. Deus desborda de nossas cabeças e dogmas.
Leonardo Boff é autor de Meditação da Luz. O caminho da simplicidade. Vozes 2009.
Observação: este artigo foi publicado no Jornal O POVO dia 30/11/2009
Leonardo Boff é autor de Meditação da Luz. O caminho da simplicidade. Vozes 2009.
Observação: este artigo foi publicado no Jornal O POVO dia 30/11/2009
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